sábado, 14 de abril de 2012

O ano é 2012, mas os problemas são os mesmos de anos passados


Por Prof. Msc. Paulo Almeida da Silva

O ano começa de novo com as chuvas causando muitos danos no sudestebrasileiro e faltando no sul do Brasil. Percebe-se que assim como étão importante  conhecer o solo, os rios, a fauna e a flora, de igualmodo necessitamos conhecer o clima.
O clima é definido por Julius Hann (século XIX) como: “conjunto de fenômenos meteorológicos que caracterizam a condição média da atmosfera sobre cada lugar da Terra”. O autor J.O. Ayoade (anos 1980) define como sendo: “síntese do tempo num determinado lugar durante um período de 30-35 anos”.
Para Max Sorre é: “série dos estados atmosféricos acima de um lugar em sua sucessão habitual”.
Durante o período compreendido entre o século VI a.C e XVIII d.C. O clima era uma das partes tratadas dentro de um único ramo do conhecimento. Com o advento da ciência moderna e junto consigo aquilo que a tornou moderna: a sistematização; este conhecimento assim como todos demais sofre uma fragmentação, tornando possível que um mesmo elemento passe a ter diferentes apreensões com outras abordagens.
Assim, o clima tem sido tratado por vários segmentos da ciência, dentre eles destacamos a meteorologia e a climatologia. A meteorologia, inserida no campo das ciências naturais faz a observação dos fenômenos isolados e do tempo atmosférico. Fenômenos como raios, trovões, descargas elétricas, nuvens, composição químicado ar, previsão do tempo, radiação (insolação); temperatura; umidade (precipitação, nebulosidade etc.) e pressão (ventos, etc.) podem ser individualmente observados e claramente explicados pela meteorologia.
A climatologia denota-se como uma subdivisão da meteorologia, e está entre as ciências humanas (Geografia) e as ciências naturais (Meteorologia). É voltada à observação da espacialização dos elementos e fenômenos atmosféricos e sua evolução, como ocorre com a média térmica, pluviométrica e de pressão, que vem a ser a apreensão do comportamento médio dos elementos atmosféricos. Nas definições de J.O. Ayoade e Max Sorre, constam os termos “síntese do tempo” e “sucessão habitual” que nos remetem ao papel da climatologia, que busca num período mínimo de 30 a 35 anos, compreender a cadência rítmica de sucessão de tempo, que pode ser percebido pela decomposição cronológica que caracterizará o ritmo climático. Em vista disso é que a climatologia precisou fazer uma abordagem genética dos tipos climáticos, onde o maior desafio tem sido apreender a complexidade que envolve a dinâmica da atmosfera. Sua análise da dinâmica das massas de ar e das frentes a ela associadas e tipos de tempo, ainda apresenta-se contraditoriamente satisfatória e insuficiente. Isto porque as irregularidades são vistas como mais importantes que os estados médios. Monteiro (1971) apud Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p.21) diz que: “O ritmo climático só poderá ser compreendido por meio da representação concomitante dos elementos fundamentais do clima em unidade de tempo cronológico pelo menos diária, compatíveis com a representação da circulação atmosférica regional, geradora dos estados atmosféricos que se sucedem e constituem o fundamento do ritmo”. Dentre as massas de ar que tem forte influencia na região amazônica, desponta-se a MeC (Massa Equatorial Continental), cujo alcance vai além desta região, pois ela dispersa uma boa parte da umidade local em direção ao sudeste brasileiro. Todas estas noções do comportamento do clima e suas conseqüências sobre o tempo nos permitem a aproximação doque vai ocorrer em determinadas épocas do ano. E agora estamos numa época de muita chuva no oeste da Amazônia e como uma boa parte desta umidade vai afunilando em direção ao sudeste brasileiro, pode-se esperar o mesmo por lá, com um agravante: o relevo é predominantemente formado de muitas encostas, que dada a densidade demográfica do Rio de Janeiro que é de 366,01 habitantes por km², não precisa ser funcionário do governo do Rio de Janeiro nem da União para saber no que isso pode resultar. E é lamentável ver no noticiário como ainda ocorre. Em janeiro passado, a presidente Dilma sobrevoou a área destes deslizamentos e respondeu aos fatídicos acontecimentos anunciando a liberação de 780 milhões de reais para reconstruir as cidades afetadas. Infelizmente, os recursos não foram devidamente aplicados e Teresópolis e Nova Friburgo, são exemplos de municípios cujos recursos desviados tem afastado ou derrubado prefeitos de seus cargos e novamente deixando vidas, muitas vidas a mercê destes fenômenos naturais.


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