Agosto/2012
O relevo desta porção da bacia sedimentar amazônica é sem
grandes desníveis topográficos. Sua forma varia de suave ondulado a ondulado
com dissecação variada. É notadamente marcado por interflúvios tabulares,
relevos dissecados em cristas e colinas, superfície ondulada, planícies
aluviais e terraços, estes últimos, resultam do trabalho de correntes fluviais
que ali impuseram suas planícies de inundação e a abandonaram mais tarde. Na
maioria das vezes são limitados por uma pequena escarpa que se apresenta
direcionada aos cursos d’água.
Cristofoletti (1974) apud Radambrasil (1977, p.39), ainda esclarece
que se o terraço for constituído de materiais que tenham relação com a antiga
planície de inundação, serão designados como “terraços fluviais”. No entanto,
se já foram esculpidos pela ação da morfogênese fluvial, sobre as rochas que
compõem as encostas dos vales, neste caso serão classificados como “terraços
rochosos”. Os que se apresentam no relevo de Tabatinga, são terraços fluviais.
Eles ainda podem ser classificados como Terraços Altos e Terraços Dissecados,
ambos encontrados nesta área.
Mesmo supondo que nestes terraços haja depósitos aluvionários,
é possível que toda ou quase toda a planície de inundação anterior possa ter
sido removida antes ou durante a formação da nova planície. Nos vales onde não
há espaço para o desenvolvimento lateral destas planícies, este processo
ocorreu de forma mais intensa
As imagens de radar desta área mostram que margeando as atuais
planícies de inundação dos principais cursos d’água, há faixas rebaixadas, que
os geólogos do Radambrasil, acreditam ser terraços ou quem sabe uma sucessão
deles.
Os interflúvios que caracterizam o relevo, também compõem a rede
hidrográfica do município de Tabatinga, que constitui-se de vários deles. Esta
rede hidrográfica inclui vários cursos d’água que podem ser agrupados em três
bacias distintas, como mostra o mapa hidrográfico do município de Tabatinga:
Os ambientes de sedimentação desta área frequentemente são
marcados por seções sedimentares espessas e extensas, onde o rio e a extensão
da planície de inundação determinarão o seu tamanho. As planícies de inundação
dos rios que fazem parte desta área são consideradas amplas. São formadas por
depósitos aluvionários, que resultam de um processo em que os rios no seu
percurso retiram da parte côncava e depositam o material erodido na parte
convexa.
A planície aluvial que margeia os rios de "águas
brancas" (águas barrentas), ricas em material suspenso, como o Amazonas,
Juruá, Madeira e Purus, e que está sujeita à inundação sazonal é,
regionalmente, denominada várzea. Lima et al (2006, p.1) citando Iriondo (1982)
e Sioli (1951) diz que “a várzea compreende grandes faixas de terras, podendo alcançar
até 100 km
de largura, em um complexo sistema de canais, lagos, ilhas e diques marginais”
.
Ao conjunto de terras que não sofrem inundação, nesta região
recebem a denominação de Terra Firme, que segundo Lima et al, (2006, p.1), nesta
área especificamente é formada a partir de sedimentos terciários da Formação
Solimões .
E-mail: geopalmeida@gmail.com
Estas informações a respeito da formação da Solimões é extremamente relevante no que diz respeito aos conhecimentos que ainda estão sendo descobertos pelos pesquisadores. Como há grandes desafios a serem transpostos, a socialização da informação sobre a Amazônia, torna-se cada vez mais possível preservar e proteger com responsabilidade a nossa maior riqueza natural. Parabéns pela publicação
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