sábado, 23 de fevereiro de 2013

Início do ano letivo


Por Paulo Almeida da Silva
Estamos iniciando mais um ano letivo. As escolas voltam a abrir suas portas para receber seus alunos. Pais voltam a transportar seus filhos até a escola. Professores retornam às suas atividades docentes. Servidores reassumem suas funções no ambiente escolar. Tudo isso por que ainda cremos na educação. No diferencial que ela proporciona a quem a busca. Com ela vislumbramos novos horizontes!

A Secretaria de Educação do Estado do Amazonas fez algumas mudanças, principalmente no que se refere ao trabalho docente, que queremos comentar. A LDB nos diz no seu Art. 61.

Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:

I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;

II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;

III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.

No que diz respeito à formação do professor, a legislação está bem clara. No item III, está citado que o trabalhador em educação pode ser portador de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.

 Desde que a LDB foi promulgada, as secretarias de educação vêm trabalhando para qualificar seus professores e tentando deixar cada um trabalhando na sua respectiva área de formação. Isto atende a legislação. Mas, é nela mesma que também nos apoiamos para dizer que a formação em área afim, também é possível de ser aceita, respaldando o professor a adentrar em outras áreas diferentes daquela de sua formação. Isto seria suficiente para justificar que uma jornada de trabalho de 20 horas semanais poderia ser completa em uma mesma escola.

É esta mudança que não foi bem vista pelos professores, pois para completar uma carga horária de até 20 horas por semana, o professor tem que se deslocar para outras escolas. Imagine se no entorno da moradia deste professor, houver uma só escola. Ele vai ter que se deslocar para outro bairro. Vamos pensar naquele professor que mora em uma cidade ou comunidade com poucas escolas. Não se teria que abrir uma exceção?

Companheiros da educação, a mobilidade pode chegar à coesão, da coesão à reivindicação, da reivindicação à possibilidade de ser ouvido.

A Mesorregião do Alto Solimões

Por Paulo Almeida da Silva (Professor de Geografia do Centro de
Estudos Superiores da UEA em Tabatinga)

A Amazônia brasileira é portadora de um gigantismo em diversos
aspectos. No aspecto geográfico esta região chama atenção pelo imenso
território. Sua divisão em mesorregiões denota o esforço político em
alcançá-la administrativamente. Estas divisões embora bem definidas no
mapa, nem sempre se manifestam com a mesma clareza no atendimento às
suas populações, fim para o qual, pensou-se em dividi-la.

A Mesorregião do Alto Solimões detém importância geopolítica, por ser
área de fronteira, aqui no caso, com Peru e Colômbia. Nela estão
inseridos nove municípios: Atalaia do Norte, Benjamin Constant,
Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá,
Tonantins, Jutaí e Fonte Boa A população aproxima-se de 200 mil
habitantes, em uma área de 214 mil km². Para aqueles que gostam de
comparações, isto corresponde ao tamanho da área ocupada pelo estados
de Sergipe, Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Paraíba e
ainda caberia o Distrito Federal. Como em toda a região amazônica, a
densidade demográfica desta mesorregião também é baixa: 0,93 hab./Km².

Percebe-se por estes números, que se fosse apenas esta mesorregião a
área correspondente à Amazônia brasileira, já teríamos muitas
dificuldades em protegê-la e mantê-la. Em outros momentos da história
deste país, assistimos como foi difícil fazer isto, para garantir a
soberania nacional de toda esta área de fronteira no norte do Brasil.
Foi difícil e continua sendo, hoje acentuada pelos muitos interesses
internos e externos voltados para esta área. Este é um outro aspecto
do seu gigantismo:são muitas as suas reservas minerais, as cifras que
pode proporcionar a sua biodiversidade são vantajosas, sem deixar de
levar em conta sua imensa contribuição para o clima de todo o planeta.
Na Messoregião do Alto Aolimões, acrescenta-se ainda a pluralidade
etno-cultural dos povos indígenas que habitam nesta área, que dentro
deste contexto, não deixam de ser um patrimônio nacional, além da
convivência com mais dois tipos humanos: o peruano e o colombiano.

Cada um dos noves municípios que nela estão, são fortemente marcados
pela presença do rio Solimões, que tem sido a principal via de acesso
intermunicipal. Se já é importante como via de acesso, muito mais o
será como fonte de alimentação, pois tem sido o peixe e a farinha, os
alimentos que mais têm atendido a necessidade alimentar de grande
parte das populações tradicionais. A importância da conexão nos remete
a comunicação, e aí vejo a importância dos veículos de informação como
este jornal.

Considero de extrema relevância a iniciativa de seus idealizadores,
pois como disse anteriormente, o gigantismo desta região nos
impressiona. E se ainda há quem queira somar esforços com àqueles que
já o fazem para alcançar e manter esta mesorregião, são todos bem
vindos !

Quero poder tecer muitas outras considerações sobre esta mesorregião,
distinguindo as peculiaridades de cada município, nas próximas edições
deste jornal.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAen-sAB/a-mesorregiao-alto-solimoes

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ano novo, velhos problemas

janeiro/2013

No primeiro artigo de 2012 falávamos do ciclo de chuvas que temos
nesta época do ano e que em regiões como o sudeste, cujo relevo é mais
acidentado, deve-se tomar as devidas precauções. A meteorologia mantêm
suas observações sobre fenômenos atmosféricos e repassa estas
informações diariamente para os órgãos governamentais e não
governamentais interessados. Fenômenos como raios, trovões, descargas
elétricas, nuvens, composição química do ar, previsão do tempo,
radiação (insolação); temperatura; umidade (precipitação, nebulosidade
etc.) e pressão (ventos, etc.) são individualmente observados e
claramente explicados pela meteorologia.
As massas de ar tem forte influencia no comportamento do tempo, este,
porsi só detêm uma dinâmica que ainda surpreende. Dizíamos naquele
primeiro artigo de 2012 que:
Dentre as massas de ar que tem forte influencia na região amazônica,
desponta-se a MeC (Massa Equatorial Continental), cujo alcance vai
além desta região, pois ela dispersa uma boa parte da umidade local em
direção ao sudeste brasileiro. Todas estas noções do comportamento do
clima e suas conseqüências sobre o tempo nos permitem a aproximação do
que vai ocorrer em determinadas épocas do ano.
E parece que estou escrevendo o mesmo artigo para novamente dizer:
E agora estamos numa época de muita chuva no oeste da Amazônia e como
uma boa parte desta umidade vai afunilando em direção ao sudeste
brasileiro, pode-se esperar o mesmo por lá, com um agravante: o relevo
é predominantemente formado de muitas encostas (...) e a densidade
demográfica do Rio de Janeiro que é de 366,01 habitantes por km²,
torna isso muito preocupante.
A fotografia retrata a tragédia que ocorreu em alguns municípios do
Rio de Janeiro em 2012 e que eu particularmente não esperava rever em
curto espaço de tempo. Achei que os recursos disponibilizados para
investir em obras de contenção e melhoria na infraestrutura pudessem
amenizar ou até evitar calamidades como estas, como se vê na imagem de
Xerém.
Espero começar o ano de 2014 escrevendo sobre outro tema. Ou se tiver
que falar sobre isso que seja para dar uma boa notícia.

E-mail: geopalmeida@gmail.com